DEFESA DA FE.


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Edir Macedo prega o ABORTO como forma de Planejamento Familiar

Por Renato Vargens

O Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Edir Macedo, defende publicamente o aborto. Para o fundador da IURD e dono da Rede Record de Televisão o aborto é uma excelente estratégia de planejamento familiar.

Caro leitor, confesso que estou abismado com o discurso deste senhor. Os argumentos usados por ele para defender o aborto afrontam a santidade do Eterno. Ora, ninguém possui o direito de tirar a vida de ninguém. Afirmo sem titubeios que abortar é frontalmente contra aos ensinamentos das Escrituras.

Prezado amigo, Estamos vivendo os dias que antecedem a volta de Cristo! Definitivamente o amor se esfriou do coração dos homens! (Mt 24:12)

Diante do exposto afirmo que diferentemente do "bispo" o meu compromisso é com a Palavra de Deus. E a Palavra de Deus condena o assassinato.

Declaro também com todo o meu vigor e convicção que sou totalmente contra a idéia da legalização do aborto e repudio veementemente esta prática infernal.

Pois é, definitivamente a IURD não é uma igreja cristã.

Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A relação entre a teologia da prosperidade, o catolicismo medieval português, os evangélicos brasileiros e o trabalho.

 

O catolicismo vivenciado por Portugal foi o pior tipo de catolicismo existente. Os portugueses do século XIX eram extremamente religiosos, místicos, e absolutamente avessos ao desenvolvimento da ciência. Um exemplo claro disso se deu quando Dom José, herdeiro do trono português contraiu varíola. Sua mãe, D. Maria I, por motivos religiosos proibiu com que o rapaz recebesse a vacina que poderia livrá-lo da morte. A crença popular era de que não cabia a ciência interferir no processo de vida e morte de quem quer que seja. Para piorar a situação, Portugal foi o ultimo país europeu a abolir a inquisição. Além disto, numa época de grandes descobertas, os patrícios não produziram um cientista ou intelectual sequer. Sem sombra de dúvidas, dentre as nações européias, Portugal foi o mais decadente e o mais avesso à modernização dos costumes e das idéias.

A riqueza portuguesa não era resultado do trabalho e sim do dinheiro fácil extirpado das colônias. Além disso, numa época em que a revolução industrial começava a redefinir as relações e o futuro das nações, os portugueses ainda estavam presos ao sistema extrativista o qual tinha construído sua efêmera prosperidade. Junta-se a isso, que o conceito reinante de prosperidade estava relacionado a ausência do trabalho, até porque, para os portugueses radicados no Brasil, trabalhar era função exclusiva dos escravos, cujo comportamento deveria ser absolutamente diferente dos fidalgos. Entrelinhas, a idéia que se dava é que a prosperidade não era conseqüência direta do trabalho do individuo e sim da exploração do sacrifício alheio, o que indiretamente ocasionava à população a idéia de que sem ter bons padrinhos ou ter nascido em berço de ouro, dificilmente se experimentaria prosperidade financeira. Além disso a crença mística de que os santos católicos intervinham nos dramas humanos corroborava com a concepção de que os cidadãos brasileiros deveriam esperar dos céus as suas riquezas.

Ouso afirmar que a Teologia da Prosperidade encontrou na cultura brasileira o campo ideal para o desenvolvimento de suas doutrinas, até porque, para os adeptos de tal filosofia a prosperidade não se dá exclusivamente pelo trabalho, mas sim pela intervenção milagrosa de Deus mediante decretos e determinismos humanos.
 
Tenho a impressão que o inconsciente coletivo nacional está pautado na idéia de que se é possível ser rico sem trabalhar. Talvez seja esta uma das razões para termos tantas loterias e raspadinhas espalhadas por este país. Sem sombra de dúvidas afirmo que os cidadãos tupiniquins almejam por prosperar, no entanto, para estes, esta prosperidade não pode em hipótese alguma relacionar-se com o trabalho, até porque, é muito mais fácil e rápido usar de subterfúgios mágicos com vistas ao enriquecimento, do que passar anos a fio dedicando-se ao batente.

Calvino acreditava que o homem possuía a responsabilidade de cumprir a sua vocação através do trabalho. Na visão de Calvino, não existe lugar para ociosidade em nossas agendas. E ao afirmar isto, o reformador francês, não estava a nos dizer de que homem deva ser um ativista, ou até mesmo um tipo de worhaholic. Na verdade, Calvino acreditava que a prosperidade era possível desde que fosse consequência direta do trabalho.

Acredito profundamente que se quisermos construir um país decente e sério, necessitamos romper com alguns paradigmas que nos cercam. Nações bem sucedidas são aquelas que se empenham na construção de valores e conceitos como honestidade, equidade, ética e retidão.
 
Infelizmente no país do jeitinho, o trabalho nem sempre é visto com bons olhos, até porque na perspectiva tupiniquim, trabalho foi feito para gente miserável e desqualificada que precisa sobreviver. 
 
O tempo de mudarmos nossos conceitos e valores é esse, semeando no coração brasileiro a idéia de que o trabalho é reflexo de uma grande bênção divina, a qual deve ser valorizado e dignificado.

Soli Deo Gloria,

Renato Vargens

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ajudem a divulgar-vote consciente

Estevam e Sónia Hernandes da Renascer envolvidos em crime de desvio de verbas federais.

Estevam Hernandes, Sônia Hernandes e outros membros da Renascer e o ex Bispo da organização, o deputado e músico Zé Bruno estão envolvidos em mais um escândalo financeiro. Desta vez, relativo ao uso fraudulento de investimento do dinheiro público. O Ministério Público quer que a igreja devolva o dinheiro dado pelo Ministério da Educação a Renascer para projetos educacionais que não foram cumpridos.


Proliferam na Justiça as ações contra a Renascer e seus dirigentes. A última delas vem do Ministério Público Federal (MPF), que acusa a Fundação Renascer, uma entidade assistencial ligada à igreja, de desviar R$ 1.923.173,95 recebidos do governo federal graças a dois convênios celebrados com a Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação.

Os acordos foram assinados em 2003 e 2004 e previam a alfabetização de 23 mil jovens e adultos e a formação de 620 professores. As dúvidas começaram em 2007, quando auditores da FNDE e da Controladoria-Geral da União (CGU) investigaram a aplicação dos repasses das verbas do Ministério da Educação para ONGs integrantes do programa Brasil Alfabetizado. Ao ser submetida à auditoria, a Fundação Renascer, para justificar gastos, apresentou uma lista de nomes de professores e alunos que teriam participado do programa de alfabetização. A lista não continha, porém, nenhum número de documento, como CPF, que comprovasse a existência das pessoas mencionadas.

O caso foi remetido para o Ministério Público Federal . A Fundação Renascer enviou ao MPF um cronograma de aulas de educação religiosa – recheado de erros de português – para tentar atestar a existência do curso. O roteiro incluía temas como “conhecer a Bíblia”, “a importância da fé e da fidelidade como filhos de Deus” e “a história de Neemias”. Indicou também testemunhas, que foram ouvidas pelo Ministério Público. Somente duas conseguiram comprovar que houve um curso de alfabetização e mesmo assim para apenas 300 alunos, muito longe dos 23 mil estabelecidos pelos convênios assinados com a FNDE. Outras testemunhas disseram ainda que o dinheiro do convênio depositado na conta da Fundação Renascer era sacado em espécie por pessoas não identificadas. Na ação, o procurador Sérgio Suiama pede que os responsáveis pela Fundação Renascer sejam condenados a devolver à FNDE os R$ 2 milhões relativos ao convênio, percam os direitos políticos por cinco anos e não possam mais assinar contratos com a União.

Documentos apresentados pela igreja para comprovar gastos foram rejeitados por auditoria do governo.

“Eles não conseguiram comprovar que o dinheiro da FNDE realmente foi usado para alfabetizar adultos. Mesmo que uma pequena parte tenha frequentado aulas de religião, isso é irregular”, diz Suiama. Segundo Suiama, os temas das aulas mostram que a Renascer pode ter usado verba pública para difundir as crenças da igreja. “O cronograma das aulas de religião complica ainda mais a situação, pois o dinheiro do convênio nunca poderia ter sido usado para promover proselitismo religioso. A Constituição determina que o Brasil é um estado laico, não pode patrocinar nenhuma prática religiosa”, diz Suiama.

O principal alvo da ação do Ministério Público é o deputado estadual bispo José Bruno (DEM-SP), que era vice-presidente da Fundação Renascer e assinou os convênios com a FNDE em 2003 e 2004. Hoje fora da Renascer para montar sua própria igreja, o deputado José Bruno diz que jamais trabalhou no programa de alfabetização da fundação e só assinou os convênios porque os verdadeiros responsáveis, a bispa Sônia (presidente da fundação) e o apóstolo Estevam Hernandes, estavam ausentes. “Eu assinei os convênios porque Estevam e Sônia estavam fora do país”, diz ele. “Eu nunca toquei esse projeto e isso consta inclusive no depoimento de uma testemunha que diz que nunca tratou de assuntos desse programa comigo.” Segundo a CGU, Bruno teria atrapalhado o trabalho dos fiscais que foram verificar o destino do dinheiro dos convênios e evitou fornecer documentos à auditoria.

O casal Hernandes que já esteve preso nos EUA por crimes de ordem financeira, em nota, refutou “qualquer acusação de malversação de verbas públicas” e disse ter havido “apenas entendimentos errôneos da FNDE com relação a valores”. Disse que alfabetizou mais de 15 mil pessoas e anexou fotos com cenas de salas que supostamente seriam a prova da realização do programa de alfabetização. Quanto ao ensino religioso, afirmou que as cartilhas baseadas em assuntos da Bíblia “trouxeram resultados que superaram outras técnicas”. Disse ainda que as dúvidas levantadas sobre o trabalho da fundação vêm de “denúncias desleais, acusações sem provas” feitas por “pessoas sob suspeição absoluta” que teriam “claros interesses próprios em prejudicar a igreja”.

Com informações de Época e Estadão

terça-feira, 24 de agosto de 2010

As heresias do Cristianismo Judaizante.


Por Renato Vargens

Uma das mais novas crenças dos denominados evangélicos é o cristianismo judaizante. Na verdade, este movimento religioso e herético é a nova febre da atualidade. Isto porque, alguns dos evangélicos têm introduzido praticas vetero-testamentárias nos cultos e liturgias de suas igrejas. Na verdade, tais pessoas têm declarado que o resgate dos valores judaicos é uma revelação de Deus a igreja contemporânea, cujo slogan é “Sair de Roma e voltar para Jerusalém”

Estes modernos fariseus têm disseminado praticas como:

  • Tocar de costas para a congregação, por considerar os ministros de musica “levitas de Deus”.
  • Usar o Shofar, para liberar unção ou invocar a presença divina.
  • Guardar o sábado fezendo dele o dia do Senhor.
  • Observar TODAS as festas Judaicas.
  • Usar o Kipá e o Talit, que são as vestimentas que os judeus praticantes usam para ir a sinagoga.
  • Usar excessivamente símbolos judaicos tais como, a bandeira de Israel, o Menorah ou a Estrela de Davi dentre tantos outros mais.
  • Construir protótipos da Arca da Aliança a fim de simbolizar entre os cristãos a presença de Deus.
  • Mudar os nomes e as nomenclauras bíblicas judaizando tudo, a ponto de chamar Paulo de Rabino.
Caro leitor, não existem pressupostos bíblicos para que a igreja de Cristo, queira “recosturar” o véu do templo. Entretanto, alguns dos crentes atuais teimam em transformar em realidade aquilo que deveria ser uma simples sombra. Foi o Apostolo Paulo quem afirmou: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados. Estas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém, encontra-se em Cristo", Colossences 2.16-17.

As leis cerimoniais judaicas, os ritos sacrificiais, as festas anuais, foram abolidas definitivamente por Cristo na cruz do calvário(o significado de cada uma delas se cumpriu em nosso Senhor). Por esse motivo, mesmo os judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados das leis cerimoniais judaicas. É por esta razão que crentes em Jesus, não fazem sacrifícios de animais, não guardam o sábado, não celebram as festas judaicas, não se prostram diante a Arca da Aliança e nem tampouco fazem uso do shofar.

Nossa mensagem, vida e testemunho deve ser Cristo, o Evangelho pregado deve ser o evangelho de Cristo, nossa mensagem central deve ser para a gloria e o engrandecimento do nome de Cristo.

Soli Deo gloria!

Fonte: [ Blog do autor ]
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

FOGO ESTRANHOS E BIZARICES NA IGREJA EVANGELICA É TEMA DA REVISTA CRISTIANISMO HOJE

Em tempos de aberrações teológicas, apologistas e líderes evangélicos demonstram perplexidade diante de desvios doutrinários


O crente brasileiro sabe: vez por outra, a Igreja Evangélica é agitada por uma novidade. Pode ser a chegada de um novo movimento teológico, de uma doutrina inusitada ou mesmo de uma prática heterodoxa, daquelas que causam entusiasmo em uns e estranheza em outros. Quem frequentava igrejas nos anos 1980 há de se lembrar do suposto milagre dos dentes de ouro, por exemplo. Na época, milhares de crentes começaram a testemunhar que, durante as orações, obturações douradas apareciam sobrenaturalmente em suas bocas, numa espécie de odontologia divina. Muito se disse e se fez em nome dessa alegada ação sobrenatural de Deus, que atraiu muita gente aos cultos. Embora contestados por dentistas e nunca satisfatoriamente explicados – segundo especialistas, o amarelecimento natural de obturações ao longo do tempo poderia explicar o fenômeno, e houve quem dissesse que a bênção nada mais era que o efeito de sugestão –, os dentes de ouro marcaram época e ainda aparecem em bocas por aí, numa ou noutra congregação.

Outras manifestações nada convencionais sacudiram o segmento pentecostal de tempos em tempos. Uma delas era a denominada queda no Espírito, quando o fiel, durante a oração, sofria uma espécie de arrebatamento, caindo ao solo e permanecendo como que em transe. Disseminada a partir do trabalho de pregadores americanos como Benny Hinn e Kathryn Kuhlman, a queda no poder passou a ser largamente praticada como sinal de plenitude espiritual e chegou com força ao Brasil. A coqueluche também passou, mas ainda hoje diversos ministérios e pregadores fazem do chamado cair no poder elemento importante de sua liturgia. A moda logo foi substituída por outras, ainda mais bizarras, como a “unção do riso” e a “unção dos animais”. Disseminadas pela Comunhão Cristã do Aeroporto de Toronto, no Canadá, a partir de 1993, tais práticas beiravam a histeria coletiva – a certa altura do culto, diversas pessoas caíam ao chão, rindo descontroladamente ou emitindo sons de animais como leões e águias. Tudo era atribuído ao poder do Espírito Santo.

A chamada “bênção de Toronto” logo ganhou mundo, à semelhança das mais variadas novidades. Parece que, quanto mais espetacular a manifestação, mais ela tende a se popularizar, atropelando até mesmo o bom senso. Mas o que para muita gente é ato profético ou manifestação do poder do Senhor também é visto por teólogos moderados como simples modismos ou – mais sério ainda – desvios doutrinários. Pior é quando a nova teologia é usada com fins fraudulentos, para arrancar uma oferta a mais ou exercer poder eclesiástico autoritário. “A Bíblia diz claramente que haverá a disseminação de heresias nos últimos dias, e não um grande reavivamento, como alguns estão anunciando”, alerta Araripe Gurgel, pesquisador da Agência de Informações Religiosas (Agir). Pastor da Igreja Cristã da Trindade, ele é especialista em seitas e aberrações cristãs e observa que cada vez mais a Palavra de Deus tem sido contaminada e pervertida pelo apelo místico. “Esse tipo de abordagem introduz no cristianismo heresias disfarçadas em meias-verdades, levando a uma religião de aparência, sensorial, sem a real percepção de Deus”, destaca.

“Não dá para ficar quieto diante de tanta bizarrice”, protesta o pastor e escritor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ). Apologista, ele tem feito de seu blog uma trincheira na luta contra aberrações teológicas como as que vê florescer, sobretudo, no neopentecostalismo. “Acredito, que, mais do que nunca, a Igreja de Cristo precisa preservar a sã doutrina, defendendo os valores inegociáveis da fé cristã. A apologética cristã é um ministério indispensável à saúde do Corpo de Cristo”. Na internet, ele disponibiliza farto material, como vídeos que mostram um pouco de tudo. Um dos mais comentados foi um em que um dos líderes do Ministério de Madureira das Assembleias de Deus, Samuel Ferreira, aparece numa espécie de arrebatamento sobre uma pilha de dinheiro, arrecadado durante um culto. “Acabo de ver no YouTube o vídeo de um falso profeta chamado reverendo João Batista, que comercializa pó sagrado, perfume da prosperidade e até um tal martelão do poder”. acrescenta Vargens. Autor do recém-lançado livro Cristianismo ao gosto do freguês, em que denuncia a redução da fé evangélica a mero instrumento de manipulação, o pastor tem sido um crítico obstinado de líderes pentecostais que fazem em seus programas de TV verdadeiras barganhas em nome de Jesus. “O denominado apóstolo Valdomiro Santiago faz apologia de sua denominação, a Igreja Mundial do Poder de Deus, desqualificando todas as outras. E tem ensinado doutrinas absolutamente antibíblicas, onde o ‘tomá-lá-dá-cá’ é a regra”. Uma delas é o trízimo, em que desafia o fiel a ofertar à instituição 30% de seus rendimentos, e não os tradicionais dez por cento. A “doutrina das sementes”, defendida por pregadores americanos como Mike Murdock e Morris Cerullo nos programas do pastor Silas Malafaia, também rendeu diversos posts. Segundo eles, o crente deve ofertar valores específicos – no caso, donativos na faixa dos mil reais – em troca de uma unção financeira capaz de levá-lo à prosperidade. “Trata-se de um evangelho espúrio, para tirar dinheiro dos irmãos”, reclama Vargens. “Deus não é bolsa de valores, nem se submete às nossas barganhas ou àqueles que pensam que podem manipular o sagrado estabelecendo regras de sucesso pessoal.”


Crise teológica


Numa confissão religiosa tão multifacetada em suas expressões e diversa em termos de organização e liderança, é natural que o segmento evangélico sofra com a perda de identidade. O próprio conceito do que é ser crente no país – tema de capa da edição nº 15 de CRISTIANISMO HOJE – é extremamente difuso. E muitas denominações, envolvidas em práticas heterodoxas, vez por outra adotam ritos estranhos à tradição protestante. Joaquim de Andrade, pastor da Igreja Missionária Evangélica Maranata, do Rio, é um pesquisador de seitas e heresias que já enfrentou até conflitos com integrantes de outras crenças, como testemunhas de Jeová e umbandistas. Destes tempos, guarda o pensamento crítico com que enxerga também a situação atual da fé evangélica: “Vivemos uma verdadeira crise teológica, de identidade e integridade. Os crentes estão dando mais valor às manifestações espirituais do que à Palavra de Deus”.

Neste caldo, qualquer liderança mais carismática logo conquista seguidores, independentemente da fidelidade de sua mensagem à Bíblia. “Manifestações atraem pessoas. O próprio Nicodemos concluiu que os sinais que Cristo operou foram além do alcance do povo, mas não temos evidência de que ele tenha mesmo se convertido”, explica o pastor Russel Shedd, doutor em teologia e um dos mais acreditados líderes evangélicos em atuação no Brasil. Ele refere-se a um personagem bíblico que teve importante discussão com Jesus, que ao final admoestou-lhe da necessidade de o homem nascer de novo pela fé. “Líderes que procuram vencer a competição entre igrejas precisam alegar que têm poder”, observa, lembrando que a oferta do sobrenatural precisa atender à imensa demanda dos dias de hoje. “Mas poder não salva nem transmite amor”, conclui.

“A busca pela expansão evangélica traz consigo essa necessidade de aculturação e, na cultura religiosa brasileira, nada mais puro do que a mistura”, acrescenta o pastor Fabrício Cunha, da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “O candomblé já fez isso, usando os símbolos do catolicismo; o espiritismo, usando a temática cristã; e agora, vêm os evangélicos neopentecostais, usando toda uma simbologia afro e um misticismo pagão”, explica. Como um dos coordenadores do Fórum Jovem de Missão Integral e membro da Fraternidade Teológica Latinoamericana, ele observa que mesmo os protestantes são fruto de uma miscigenação generalizada, o que, no campo da religião, tem em sua gênese um alto nível de sincretismo.

Acontece que, em determinadas comunidades cristãs, alguns destes elementos precisam ser compreendidos como estratégias de comunicação e atração de novos fiéis. Aí, vale tanto a distribuição de objetos com apelo mágico, como rosas ungidas ou frascos de óleo, como a oferta de manifestações tidas como milagrosas, como o já citado dente de ouro ou as estrelinhas de fogo – se o leitor ainda não conhece, saiba que trata-se de pontos luminosos que, segundo muitos crentes, costumam aparecer brilhando em reuniões de busca de poder, sobretudo vigílias durante a noite ou cultos realizados nos montes, prática comum nas periferias de grandes cidades como o Rio de Janeiro. O objetivo das tais estrelinhas? Ninguém sabe, mas costuma-se dizer que é fogo puro, assim como tantas outras manifestações do gênero.

“Alguns desses elementos são resultado de um processo de sectarização religiosa”, opina o teólogo e mestre em ciências da religião Valtair Miranda. “Ou seja, quanto mais exótica for a manifestação, mais fácil será para esse líder carismático atrair seguidores para seu grupo”. Miranda explica que, como as igrejas evangélicas, sobretudo as avivadas, são, em linhas gerais, muito parecidas, o que os grupos sectários querem é se destacar. “Eles preconizam um determinado tópico teológico ou passagem bíblica, e crescem em torno disso. Objetos como lenços ungidos, medalhas, sal ou sabonete santificados são exemplos. Quanto mais diferente, maior a probabilidade de atrair algum curioso”. A estratégia tende a dar resultado quando gira em torno de uma figura religiosa carismática. “Sem carisma, estes elementos logo provocam sarcasmo e evasão”, ressalva. O estudioso lembra o que caracteriza fundamentalmente um grupo sectário – o isolamento. “Uma seita precisa marcar bem sua diferença para segurar seu adepto. Quanto mais ele levantar seus muros, mais forte será a identidade e a adesão do fiel.”


“Propósito de Deus”

Mas quem faz das manifestações do poder do Espírito Santo parte fundamental de seu ministério defende que apenas milagres não bastam. “É necessário um propósito e uma mudança de vida”, declara o bispo Salomão dos Santos, dirigente da Associação Evangélica Missionária Ministério Vida. Como ele mesmo diz, trata-se de uma igreja movida pelo poder da Palavra de Deus, “que crê que Jesus salva, cura, liberta e transforma vidas”. O próprio líder se diz um fruto desse poder. Salomão conta que já esteve gravemente doente, sofrendo de hepatite, câncer e outras complicações que a medicina não podia curar. “Cheguei a morrer, mas miraculosamente voltei à vida”, garante o bispo, dizendo que chegou a jazer oito horas no necrotério de um hospital. “Voltei pela vontade de Deus”, comemora, cheio de fé.

Consciente, Salomão diz que milagres e manifestações naturais realmente acontecem, mas “somente para a exaltação e a glória do Senhor, e não de homens ou denominações”. O bispo também observa que alguns têm feito do poder extraordinário de Jesus uma grande indústria de milagres: “O Senhor não dá sua glória para ninguém. Ele opera maravilhas através da instrumentalidade de nossas vidas”. E faz questão de reiterar a simplicidade com que Jesus viveu sua vida terrena e que, muitas vezes, realizou grandes milagres sem nenhum alarde. “O agir de Deus não é um espetáculo.”


Sangue fajuto

A novidade chama a atenção pelo seu aspecto bizarro. Num templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), fiéis caminham através de pórticos representando diversos aspectos da vida (“Saúde”, “Família”, “Finanças”). Até aí, nada demais – os chamados atos proféticos como este são comuns na denominação. O mais estranho acontece depois. Caracterizados como sacerdotes do Antigo Testamento, pastores da Universal recebem as pessoas e, sobre um pequeno altar estilizado, fazem um “sacrifício de sangue”. A nova prática vem ganhando espaço nos cultos da Iurd, igreja que já introduziu no neopentecostalismo uma série de elementos simbólicos. Tudo bem que o sangue não é real (trata-se de simples tinta), mas a imolação simulada vai contra tudo o que ensina o Novo Testamento, segundo o qual Jesus, o Cordeiro de Deus, entregou-se a si mesmo como supremo e definitivo sacrifício pela humanidade. Com sangue puro, e não cenográfico.



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Fonte: Cristianismo Hoje / Púlpito Cristão

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ajude-me a entender a doutrina da eleição. – R. C. Sproul

Tentar responder a essa pergunta dentro desse formato curto e sintético, pode quase fazer mais mal do que bem. Eu poderia fazer um comercial aqui dizendo que a Cultura Cristã publicou um livro que escrevi intitulado Eleitos de Deus, que se dedica inteiramente ao estudo dessa muito difícil dou¬trina bíblica da eleição.

Quando discutimos a questão da eleição, melhor conhecida como predestinação, muitas vezes essa palavra é associada com a teologia calvinista. O apóstolo Paulo nos diz em Efésios que fomos predestinados em Cristo para ser sua feitura, e também segue esse tema bem de perto na carta aos Romanos. Portanto, como cristãos temos de lutar com esse conceito de eleição divina soberana.


Creio, novamente, que devemos entender o ponto básico da eleição — que Deus considera a raça humana em sua queda e vê a todos nós num estado de rebelião contra ele. Se ele fosse exercer sua justiça total e completamente contra o mundo todo, então todos nós certamente pereceríamos. As Escrituras nos dizem que em nosso estado natural e decaído, estamos num estado de escravidão moral. Ainda temos a habilidade de fazer escolhas, mas essas escolhas seguem os desejos de nossos corações, e o que nos falta como criatu¬ras caídas é um desejo inato por Deus. Por isso Jesus diz, por exemplo: "nin¬guém poderá vir a mim se, pelo Pai, não lhe for concedido" (Jo 6.65).

Creio que a eleição significa que Deus soberanamente e graciosamente dá o desejo por Cristo àqueles a quem ele chama do mundo. A dificuldade, e o grande mistério, é que, aparentemente, ele não faz isso para todas as pessoas. Ele reserva o direito, como disse a Moisés e como Paulo reitera no Novo Testamento, de ter misericórdia de quem ele tem misericórdia — assim como ele escolheu Abraão e não Hamurabi, assim como Cristo apareceu a Paulo na estrada de Damasco de uma forma que não apareceu a Pôncio Pilatos. Ele nunca trata ninguém injustamente. Alguns recebem justiça e alguns recebem misericórdia e Deus se reserva o direito de dar eternamente sua clemência executiva, se você assim desejar, àqueles a quem ele escolhe. Existe um grande debate sobre isso, como você sabe, mas creio que a escolha que Deus faz não é baseada na minha retidão ou na sua retidão, mas na graça divina.

Falsos Profetas - "Pregadores Moderninhos"

Os falsos profetas: (Mateus 24.11) - E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
Os Falsos profetas são aqueles que falsamente reivindicam o anúncio das revelações vindas de Deus, para predizer eventos futuros ou ter o poder de Deus para realizarem milagres, sinais e maravilhas. Na bíblia os falsos profetas representam a três categorias.
1 – Aqueles que adoravam falsos deuses e serviam a ídolos. 2 – Os que falsamente afirmavam receber mensagem do Senhor. 3 – Aqueles que se desviaram das verdades e deixaram de serem profetas.
Dt 13.1-18 nos fala sobre a punição daqueles que abandonaram a fé. Nestes versículos, nós vemos a ordenança para qualquer profeta que defendesse a adoração a outros deuses eram condenados a morte, sendo apedrejados.
Os falsos profetas, tem se levantado no seio da própria igreja. Se esta lei (Dt 13.1 - 18) fosse aplicada nos dias atuais, muitas igrejas fechariam, pois muitos pastores seriam apedrejados.
No reinado de Acabe sobre Israel, falsos profetas foram aprovados por ele e sua esposa Jezabel. 1Rs nós vemos claramente a batalha de Elias contra os 450 profetas de Baal, e dos 400 profetas de poste-idolos que comem da mão de Jezabel ( 1 Rs 18.29). Os falsos profetas, sempre falam o que o povo gosta de ouvir, e não o que Deus quer falar. Em 1Rs 22.1 – 28 vemos que os 400 profetas falaram ao rei Acabe, o que ele gostara de ouvir. Profetizaram que ele sairia vitorioso dessa batalha, que nenhum mal iria prevalecer contra ele, mas houve um profeta usado por Deus (verdadeiro profeta), que disse a Acabe: Esta vitoria não é sua. Este por ser usado por Deus foi aprisionado e tratado a pão e água (O profeta Micaías). Uma característica constante dos falsos profetas é que eles normalmente se encontram a serviços dos poderosos, proferindo palavras agradáveis, positivas aos seus patrões. Jeremias condenou os falsos profetas que sempre diziam: “Paz... Paz”, quando não havia paz (Jr 6.14: 8.11). Os falsos profetas pregavam uma mensagem popular porem falsas. Jeremias nos diz: “Os profetas profetizam falsamente..., e é o que deseja meu povo”. Jeremias era um verdadeiro profeta do Senhor. Pagou um preço por preservar a sã doutrina. Tinha cuidado em fazer tudo que o Senhor lhe ordenava. Falava com a autoridade que lhe era outorgada diretamente pelo Espírito Santo. Sabem qual foi o resultado? Os falsos profetas foram recompensados pelo rei, pois falavam o que ele queria ouvir. Jeremias porem foi lançado no calabouço (Jr 38.6). Essas palavras são verdadeiras para nós hoje. Os falsos profetas ganham estatus de "homens valorosos de Deus", "homens poderosos", enquanto aqueles que preservam as doutrinas biblicas, são tachados como fariseus, religiosos e filhos do diabo. Acordem Igreja!!!!!!! Acordem!!!!!

 AUTOR:RAFAEL
FONTE: O PROPONENTE

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Marina Silva defende plebiscito para a legalização do aborto

                                        

MOTIVOS PORQUE EU NÃO VOTO EM DILMA ROUSSEFF


Por Renato Vargens

Como todo cidadão brasileiro tenho me inquietado com os rumos da nação. Em outubro, o Brasil elegerá o próximo presidente da república que nos governará pelos próximos quatro anos. Dentre os canditados a presidência, confesso que um deles me preocupa, a Sra. Dilma Rouseff. Na verdade, Dilma não possui preparo e qualificação suficiente para excercer o cargo mais importante do Brasil, isto sem falar que ela possui um temperamento autoritário, que segundo o presidente Lula, a levava a maltratar os ministros brasileiros. Junta-se a isso o fato de que Dilma nunca foi eleita para nenhum mandato público, nem tampouco, ocupou um cargo de peso, como o de governadora ou prefeita, portanto, não tem experiência politico-administrativa relevante.

O passado de terrorista não a recomenda, ela tem o hábito de mentir e não tem muito apreço pelo estado de direito e pelas leis, basta ver a campanha antecipada ilegal que protagonizou. Para piorar a situação, Dilma recebeu apoio do presidente Hugo Chávez. Há pouco o ditador venezuelano afirmou que quer a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais do Brasil, porque ela é sua "amiga" e os dois tem "muita empatia". A mesma empatia e amizade que ele tem com Ahmadinejad e os irmãos Castro.

Caro leitor, Dilma me dá medo. Confesso que só de pensar na possibilidade desta senhora vir a ser eleita presidente do Brasil, meu coração se angustia.

Que Deus ilumine o povo brasileiro e nos conceda sabedoria na escolha do dirigente desta nação.

Pense nisso!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Caio Fábio chama “Os Novos Evangélicos” da revista Época de “Bundões”

A reportagem “Os Novos Evangélicos” que foi matéria de capa da Revista Época do mês de Agosto, tem gerado muita polêmica no meio evangélico, quem sabe era esta a intenção, porque venderam e ainda venderão muitos exemplares para os “crentes”.

Muitos blogueiros e expoentes evangélicos já se pronunciaram sobre a matéria, agora chegou à vez do Pr. Caio Fábio dar sua opinião sobre a “Nova Reforma Protestante” proposta pela revista.

No começo do vídeo Caio Fábio já fala que não existe nada de novo na matéria.

“Com Exceção de alguns anônimos aqui, o resto é todo mundo da antiga e que ta ai, São os novos reclamantes! Não novos protestantes – é um pessoal que só fala e não faz nada”, diz ele.

“Olha bem meus irmãozinhos que estão na Revista Época, vocês são uns BUNDÕES!, só servem de bula papal dá Época, na hora de colocar a cara pra fora e apanhar, frouxos! Eu ainda estou aguardando a conversão de vocês ao Evangelho” continua o pastor.

“É com vocês que eu estou falando mesmo, querem que eu diga o nome? é com vocês que estou falando! Não deveriam aceitar este negócio de “Novos Evangélicos“, são todos uns meninões, precisam andar de calça plástica”

Caio termina dizendo; “Quem não conhece, pensa que é algo novo que está acontecendo!”
Confira o vídeo na integra:

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A bênção presente da adoção - John Stott


Deus em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos. Esta expressão parece ser a chave para a compreensão das conseqüências presentes da nossa eleição. A eleição tem como objetivo a adoção. Realmente, quando as pessoas nos fazem a pergunta especulativa de por que Deus continuou com a criação quando sabia que seria seguida pela Queda, uma resposta que podemos dar é que ele nos destinou para uma dignidade mais alta do que a própria criação poderia nos outorgar. Pretendia "adotar-nos", fazer-nos filhos e filhas da sua família. E na lei romana (que faz parte do contexto dos escritos de Paulo) os filhos adotivos desfrutavam dos mesmos direitos dos filhos legítimos. O Novo Testamento tem muito a dizer acerca dessa posição de "filiação", dos seus ricos privilégios e das responsabilidades inerentes. Estas duas verdades são mencionadas nestes versículos.


Consideraremos inicialmente o nosso privilégio. Somente aqueles que foram adotados na família de Deus podem dizer: no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós (vs. 7-8). Os filhos de Deus, pois, desfrutam do livre acesso ao Pai celestial, e sua confiança diante dele é devida ao conhecimento de que foram redimidos e perdoados. Redenção (apolutrõsis) significava "livramento mediante o pagamento de um preço", e era aplicada especialmente no resgate de escravos. Aqui, é o equivalente a remissão, pois o livramento em questão refere-se a escapar do justo julgamento de Deus pronunciado contra os nossos pecados, e cujo preço foi o derramamento do sangue de Cristo quando de sua morte por nossos pecados na cruz. Desta maneira, a redenção, a re-missão e a adoção caminham juntas; l9a redenção ou a remissão é um privilégio presente que temos e desfrutamos agora. Torna possível um relacionamento filial com Deus. Vem do derramamento abundante da sua graça sobre nós.

Mas a filiação também subentende responsabilidade. O Pai celestial não estraga os seus filhos. Pelo contrário, "nos disciplina para o nosso bem, a fim de sermos participantes da sua santidade". Destarte, as duas declarações de Paulo são paralelas, que "nos predestinou... para a adoção de filhos" (v. 5) e "nos escolheu... para sermos santos". O apóstolo voltará para este tema vital mais tarde: Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados (5:1). É inconcebível desfrutarmos de um relaciona¬mento com Deus como seus filhos sem aceitarmos a obrigação de imitar o nosso Pai e termos as características da sua família.

Assim, pois, a adoção como filhos e filhas de Deus traz consigo um "mais" e um "menos", um ganho imenso e uma perda necessária. Ganhamos o acesso a ele como nosso Pai mediante a redenção ou a remissão. Mas perdemos nossas máculas, a partir da obra santificadora do Espírito Santo, até finalmente sermos perfeitos no céu. A palavra que parece unir o privilégio e a responsabilidade da nossa adoção é a expressão perante ele (v. 4), que significa "à vista dele" ou "na presença dele". Viver a nossa vida conscientes de estarmos na presença de nosso Pai é tanto um privilégio enorme como um desafio constante para agradá-lo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Que é um Evangélico? - Michael Horton

Os rótulos geralmente são confusos, especialmente quando o conteúdo da embalagem muda. Suco de uva pode virar vinagre com o passar dos anos na adega, porém o rótulo não muda junto com as mudanças na substância. O mesmo vale para o termo evangélico".

Desde o "Ano do Evangélico", correspondente ao bicentenário de nossa nação (no caso os EUA) em 1976, o termo - pelo menos na América do Norte - veio a identificar aqueles que salientam um determinada marca da política, uma abordagem moralista e freqüentemente legalista da vida, e certo tipo de imitação, "cafona" de estilo de evangelismo. Para alguns o termo compreende o emocionalismo que eles vêem na televisão religiosa. Para outros, hipocrisia e justiça própria. E aí há as memórias que muitos de nós, que fomos criados como evangélicos, temos: ambientes familiares fortes e cuidadosos; um senso de pertencer a um mesmo lugar, com os amigos que gostam de conversar das "coisas do Senhor".

Independente do seu passado, é importante entender o significado do termo "evangélico".

As pessoas só começaram a usar o rótulo no século XVI, designando aqueles que abraçaram o Evangelho que havia - num sentido bem real - sido recuperado pela Reforma Protestante naquele século. "Evangélico" vem de "evangel", que é o termo grego para "evangelho". Deste modo, os "evangélicos" eram luteranos e calvinistas que queriam recuperar o evangel e proclamá-lo dos altos dos telhados. Era uma designação empregada para colocar os Protestantes num agudo contraste com os Católicos Romanos e "seitas". Mas para entender por que estes Protestantes pensavam que eram realmente aqueles que recuperaram o verdadeiro e bíblico Evangelho, temos que entender o que era aquele evangelho.



O "Evangel"

A Reforma era uma coleção de "solas" - esta é a palavra latina para "somente". Eles vibravam ao dizer "Sola Scriptura!", significando, "Somente as Escrituras". A Bíblia era a "única regra para fé e prática" (Westminster) para os reformadores. Você vê que a igreja acreditava que a Bíblia era totalmente inspirada e infalível, mas a igreja era o único intérprete infalível da Bíblia. Os Reformadores acreditavam que a Tradição era importante e que os Cristãos não a deveriam interpretar por eles mesmos, mas que todos os cristãos sejam clérigos ou leigos, deveriam chegar a um comum entendimento e interpretação das Escrituras juntos. A Bíblia não deveria ser exclusivamente deixada aos "espertos", mas isso nunca significou para os Reformadores que cada cristão deveria presumir que ele ou ela pudessem chegar a interpretações da Bíblia sem a orientação e assistência da Igreja.

O principal ponto de "Sola Scriptura" então, era este: Não deveria ser permitido à Igreja fazer regras ou doutrinas fora das Escrituras. Não existem novas revelações, nem papas que ouvem diretamente a voz de Deus, e nada que a Bíblia não apresente deveria ser ordenado aos cristãos.

O segundo "sola" era "Solo Christus", "Somente Cristo". Isto não queria dizer que os Reformadores não criam na Trindade - pois o Pai e o Espírito Santo eram igualmente divinos, mas que Cristo, sendo o "Deus-Homem" e nosso único Mediador, é o "Homem de frente" para a Trindade. "Aquele que me vê a Mim, vê ao Pai que me enviou", disse Jesus. Num tempo em que meros seres humanos estão tomando o lugar de Cristo como Mediador entre Deus e cristãos, os reformadores proclamaram juntamente com Paulo: "Há somente um Deus e um Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem" (1 Tim. 2: 5). Eu cresci em igrejas onde tínhamos "apelos ao altar" e esta pode ser a coisa mais próxima que nós cristãos modernos temos do "chamado ao altar" medieval, a missa. Em nossas igrejas, o pastor atuaria como mediador, vendo nossa mão levantada "enquanto cada cabeça está baixa e cada olho fechado", e nós iríamos para a frente onde ele estava, o chamado "altar" e repetiríamos uma oração após ele. Então ele afirmaria que, tendo "feito a oração", nós agora estaríamos salvos. Eu me lembro de ter sido "salvo" novamente, e novamente. Quando me senti culpado após uma particular e desagradável noite de sábado, lá ia eu novamente ao altar. Cristãos medievais estavam sempre apavorados até a morte, por ver que poderiam morrer com pecados não confessados e assim iriam para o inferno. Assim, a missa era uma oportunidade de "estar em dia com Deus" e de "encher a banheira" que tinha tido um vazamento por causa do pecado.

Os reformadores, porém, diriam àqueles dentre nós que vivem ansiosos quanto ao fato de estar ou não dentro do favor de Deus, ou se estamos cedendo demais ou obtendo vitória: "Somente Cristo!" É a Sua vida e não a nossa, que conta para a nossa salvação; foi a Sua morte sacrificial e ressurreição vitoriosa que nos assegurou vida eterna. Porque Ele "entregou tudo"; o Seu mérito cobre totalmente o nosso demérito.

E isso nos traz ao próximo "sola" - "Sola Gracia" (Somente a Graça!) Roma acreditava na graça; de fato, a Igreja insistia que, sem a graça, ninguém poderia ser salvo. Só que a graça era o tipo de "um pó mágico" que ajudava a pessoa a viver uma vida melhor - com a ajuda de Deus. Os reformadores, em contrapartida, diziam que a graça não é uma substância que Deus nos dá para vivermos uma vida melhor, mas sim uma atitude em relação a nós, aceitando-nos como justos por causa da santidade de Cristo, e não nossa.

Por isso eles lançaram o quarto "somente" (sola), que sabemos ser "Sola Fide" (somente a fé). Considerando que somos salvos somente pela graça, como obtemos essa graça? Roma argumentava que essa graça era distribuída pela igreja através dos vários métodos que os "altos escalões" haviam inventado. Fé mais amor, ou fé mais boas obras, ou alguma coisa assim, tornou-se a fórmula para a salvação. Os reformadores ao contrário, insistiam que do início ao fim, "salvação é obra do Senhor" (João 2: 9). "O Espírito dá vida; o homem em nada colabora" (João 6: 55). "Não depende da decisão, nem do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus" (Rom 9: 16). Assim a fé em si mesma é um dom da graça de Deus e não se pode dizer dela que seja "a coisa" que nós fazemos na salvação: Pois nós não somos nascidos da vontade da carne ou da vontade do homem, mas de Deus" ( João 1: 13).

No minuto em que uma pessoa olha para "Cristo somente" para sua salvação, dependendo da Sua vida santa e sacrifício substitutivo na cruz, naquele exato momento ela ou ele é justificado (posto em posição de justiça, declarado justo, santo, perfeito). A própria santidade de Cristo é imputada (creditada) na conta do crente, como se ele ou ela tivessem vivido uma vida perfeita de obediência - mesmo enquanto aquela pessoa continua a cair repetidamente no pecado durante sua vida. O Cristão não é alguém que está olhando no espelho espiritual, medindo a proximidade de Deus pela experiência e progresso na santidade, mas é antes alguém que está "olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé"( Heb. 12: 2). Resumindo, é o estilo de vida de Cristo, não o nosso, que atinge os requisitos de Deus, e é por Ele que a justiça pode ser transferida para nossa conta, pela fé (olhando somente para Cristo).

Finalmente, os reformadores disseram que tudo isso significa que Deus é quem tem todo o crédito. "Soli Deo Gloria" (Somente a Deus seja a Glória) era a forma que eles colocavam - nosso último "sola", que quer dizer, "A Deus somente seja a Glória" Um evangélico, portanto, era centrado em Deus; alguém que estava convencido de que Deus havia feito tudo e que não restava nada que o homem considerasse seu a não ser seu próprio pecado. Isto não apenas transformou radicalmente a vida devocional dos crentes que o abraçaram, mas toda a estrutura social também.

Numa velha taverna do século XVII em Heidelberg, na Alemanha, lê-se no alto "Soli Deo Gloria!" Johann Sebastian Bach, o famoso compositor, assinou todas as suas composições com aquele slogan da Reforma. Do mesmo modo, um outro compositor, Handel, declarou, "Que privilégio é ser membro da igreja evangélica, saber que meus pecados estão perdoados. Se nós fossemos deixados à mercê de nós mesmos, meu Deus, o que seria de nós?" Grandes e nobres vidas requerem grandes e nobres pensamentos, e a soberania e a graça de Deus são, para o crente, grandes e nobres pensamentos. Os reformadores disseram a Roma o que J.B.Philipps, o tradutor inglês da Bíblia, disse à igreja contemporânea: "O Deus de vocês é muito pequeno".

A Reforma, a qual produziu o termo "evangélico", também recuperou a doutrina bíblica do "sacerdócio universal de todos os santos" e a noção bíblica do chamado e vocação. A igreja tinha dividido os cristãos em primeira classe (aqueles que serviriam no "ministério cristão em tempo integral") e segunda classe (aqueles que estavam empregados em serviços "seculares"). Os reformadores concediam, por direito, que todos os cristãos são sacerdotes e são, por isso, ministros de Deus, independente de estarem varrendo uma sala para a glória de Deus, moldando uma peça de cerâmica, defendendo um cliente na corte, curando um paciente, ordenhando uma vaca, ou conduzindo uma congregação no louvor. Não há o "secular" e o "sagrado" - Deus criou o mundo inteiro e fez a vida neste mundo como algo inseparável de nossa própria humanidade.

Como nós ajustamos as coisas hoje?

A questão, é claro, é se "evangélico" hoje significa o que significou há quinhentos anos.

Em primeiro lugar, muitos dos evangélicos de hoje têm uma visão das Escrituras inferior à que a igreja de Roma tinha no século XVI. Instituições evangélicas de peso duvidam da confiabilidade da Bíblia e de sua infalibilidade - a menos, claro, que se trate daquilo que eles já decidiram que é verdade. Outros acreditam que a Bíblia é inerrante, porém acrescentam novas regras e revelações ao cânon. "A Bíblia é suficiente", nos aconselhariam os reformadores. Os sermões, com muita freqüência, são "pop-inspiracionalistas" discursos superficiais de "Como criar filhos positivos" ou "Como ter uma auto-estima" em detrimento de sérias exposições das Escrituras. De acordo com o Gallup, "Os EUA são um país de iletrados bíblicos", ainda que 60 milhões deles se consideram "evangélicos".

Em segundo lugar, muitos evangélicos modernos também não acreditam que Cristo é suficiente. Às vezes pessoas muito boas e nobres substituem Cristo como nosso único Mediador, assim como o Espírito Santo. Enquanto louvamos o Espírito juntamente com o Pai e o Filho, o Filho tem este papel único de nosso único advogado e Mediador. Não devemos olhar para a obra do Espírito nos nossos corações, mas para a obra de cristo na cruz. Às vezes, nós temos mediadores humanos que não são o Deus-Homem Jesus Cristo. Precisamos de outras coisas pelo meio, como a figura do pastor no "apelo" do altar ao qual me referi anteriormente. Não muito tempo atrás eu vi um tele-evangelista de sucesso tirando o fone do gancho e informando seus telespectadores que "esta é sua conexão com Deus". Uma banda secular, "Depeche Mode", canta sobre "Seu próprio Jesus Pessoal" que pode ser contactado ao se pegar no fone e fazendo sua confissão. Enquanto estivermos neste assunto, também deveríamos mencionar que foi a venda de indulgências de John Tetzel (redução do período no purgatório em troca de valores em dinheiro) que inspirou as "Noventa e Cinco Teses "de Lutero, desencadeando a Reforma. "Quando a moeda bate no cofre", o coro cantava, "uma alma do purgatório é vivificada". Será que isso realmente é diferente da venda da salvação que temos visto na televisão cristã, rádio, e mesmo em muitas igrejas? Dinheiro e salvação têm sido distorcidos para serem uma coisa só no meio de muitos de nós. "Eles vendem salvação a você", canta Ray Stevens, "enquanto eles cantam 'Amazing Grace' ('Graça Maravilhosa')".

Muitos evangélicos hoje crêem que "Somente a Graça" (sola gracia) é algo como livre-arbítrio, uma decisão, uma oração, uma ida até a frente, uma segunda bênção, algo que nós façamos por Deus que nos dará confiança de sermos alvo do Seu favor. Doutrinas como eleição, justificação e regeneração são discutidas quase que nunca, porque elas mostram o quadro de uma humanidade que é incapaz e nem ao menos pode cooperar com Deus em matéria de salvação. Se nós formos salvos é Deus e Deus somente que deverá faze-lo.

E sobre "Somente a Fé" (sola fide)? Muitos evangélicos acham que a fé não é suficiente. Se um indivíduo crê em Cristo e daí sai e o anuncia, será que a fé é suficiente? Alguns insistem que a fé mais a entrega, ou a fé mais a obediência, ou fé mais um sincero desejo de servir ao Senhor servirão como uma fórmula. O fato de que os evangélicos hoje lutam com estas questões indica que nós não ouvimos o "som seguro" de "Somente a Fé" em nossas igrejas. Fé é suficiente porque Cristo é suficiente.

Como se comparariam os evangélicos de hoje com os seus predecessores em matéria de "Somente a Deus seja a Glória"? Auto-estima, glória-própria, centralidade do "eu" parecem dominar a pregação, ensino e a literatura popular do mundo evangélico. Os evangélicos de hoje sabem muito pouco do grande Deus dos reformadores - um Deus que faz tudo conforme o Seu agrado, em relação aos céus e às pessoas sobre a terra e "que faz tudo conforme o conselho da Sua vontade" (Dn. 4; Ef. 1: 11). Os evangélicos hoje, refletindo sua cultura e sociedade mais ampla, estão intimidados por um Deus que é Deus. Porém que outro Deus é digno de confiança? Em poucas palavras, que outro Deus existe? Louvar ao Deus de uma experiência pessoal ou o Deus de preferência pessoal é louvar um ídolo. Os reformadores levaram isso a sério, e aqueles que quiserem ser evangélicos genuínos também devem faze-lo.


Conclusão

Muitas pessoas se perguntam por que o povo da "Reforma" parece bravo. Ninguém quer estar ao redor de pessoas bravas - e eu não gostaria de ser conhecido como uma pessoa "brava". Mas precisamos encarar o fato de que estes são tempos de grande infidelidade para o povo de Deus. A nós foi dada uma fé rica, com Cristo no centro. Porém trocamos nossa rica dieta por um saco de pipocas e estamos mal nutridos. Se os evangélicos terão a mesma saúde espiritual que tiveram em épocas passadas, eles terão que voltar para as verdades que fazem de "evangélicos" "evangélicos". A Bíblia - nosso único fundamento; Cristo - nossa única esperança; Graça - nosso único evangelho; Fé - nosso único instrumento; a Glória de Deus - nosso único alvo; o Sacerdócio de todos os santos - nosso único ministério. Este evangelicalismo original ainda é suficiente para fazer, mesmo de nossas menores vitórias, algo muito grande.

Nota Sobre o Autor: Dr. Michael Horton é professor no Seminário Teológico Reformado, Orlando-Flórida e editor da revista Modern Reformation.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Como Manejar bem a Palavra da Verdade?

I. EXAMINAR o contexto da passagem

A. tema principal do livro
B. objetivo do autor
D. cenário histórico
E. que tipo de literatura? Parábola, poesia, apocalíptica, de ensino?
F. leitura/entendimento / Contexto - Para quem foi escrito?
G. Uso de Outras citações escriturísticas.

II. ANALISAR o contexto imediato

A. Leia o trecho em pelo menos três traduções diferentes.
B. O que a precede e acompanha a passagem?
C. Alguma definições fornecidas pelo contexto imediato?
D. Qual é o principal argumento de todo o capítulo?
E. Qual é o ponto principal da passagem em si?
F. Qual é a compreensão coerente da passagem neste contexto?

III. EXAMINAR o contexto amplo

A. A minha interpretação faz desta passagem algo contraditório?

1. Há contradição no próprio autor?
2. Há contradição comparando outras passagens bíblicas?
3. Há contradição do senso comum?

B. Quais outras passagens nas Escrituras apoiam diretamente as questões levantadas nesta passagem?

Os passos acima são normalmente suficientes para a maioria dos efeitos de uma boa interpretação. No entanto, deve ser necessário aprofundar o estudo, os passos seguintes são úteis:

I. Identificação dos Principais Termos

A. Lista das palavras-chave na passagem.
B. Os seus significados são claros? Como as traduções se diferenciam neste texto?
C. Consulte uma concordância para o significado das palavras nas línguas originais.
D. Examine o uso da palavra (na língua original) pelo autor, em seguida, em outros livros.
E. Se uma passagem no NT, ver como os termos foram usados na AT. Se no AT, veja como conceito é captado pelo NT.
F. Determinar se a frase é uma expressão comum da língua.

II. Estudo das palavras / Estudo sintático

A. Consultar dicionário lingüístico sobre o uso do termo na Escritura / literatura secular.
B. Estudo de ocorrência de cada palavra no contexto, cada vez que é usado nas Escrituras.
C. Estudo de termos cognatos possíveis (grego-> hebraico/hebraico-> grego) e relações.
D. Examinar a forma gramatical da palavra no contexto, e determinar as relações sintáticas.

III. Estudo textual

A. Consulte um texto crítico da passagem nas línguas originais.
B. Examine as variantes textuais dos significados.
C. Determine o possível significado mais aceito de várias leituras.

Existem inúmeros recursos disponíveis para o desempenho de todas as etapas acima - o segredo é encontrá-los e aprender a usá-los. Uma concordância exaustiva é uma obrigação, um bom dicionário bíblico é muito útil. Tente sempre trabalhar com a passagem bíblica diretamente antes de ir para os comentários. Muitos bons comentários estão disponíveis, mas eles nunca são infalíveis. Eles servem apenas como auxiliares. O melhor comentário sobre a Bíblia é a própria Bíblia, especialmente a Bíblia como ela foi originalmente escrita. Se você não for familiarizado com grego e hebraico, invista em pelo menos três diferentes traduções para fins comparativos.

James White em um "Guia de Interpretação Bíblica":

Charles Haddon Spurgeon

Charles Haddon Spurgeon, comumente referido como C. H. Spurgeon (19 de junho de 1834 — 31 de janeiro de 1892), foi um pregador Batista Reformado, nascido em Kelvedon, Essex na Inglaterra.
Converteu-se ao cristianismo em janeiro de 1850, aos quinze anos de idade. Aos dezesseis, em 1851, pregou seu primeiro sermão; no ano seguinte tornou-se pastor de uma igreja batista em Waterbeach, Condado de Cambridgeshire (Inglaterra). Em 1854 Spurgeon, então com vinte anos, foi chamado para ser pastor na capela de New Park Street, Londres, que mais tarde viria a chamar-se Tabernáculo Metropolitano, transferindo-se para novo prédio.
Desde o início do ministério, seu talento para a exposição dos textos bíblicos foi considerado extraordinário. E sua excelência na pregação nas Escrituras Bíblicas lhe deram o título de O Príncipe dos Pregadores, em sua vida, Spurgeon pregou para cerca de 10.000.000 pessoas.

 Histórico

A família de Spurgeon, escapando da perseguição contra os protestantes perpetrada por Carlos V e Filipe II, fugiu para a Inglaterra.
Após um período de dúvidas e angustias, aos 15 anos, aceitou Jesus como Salvador. Após a conversão, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar a Bíblia na escola dominical para crianças em Newmarkete Cambridge. Suas pregações eram tão eletrizantes e intensas que, dois anos depois de seu primeiro sermão, Spurgeon, então com 20 anos, foi convidado a assumir o púlpito da Igreja Batista de Park Street Chapel, em Londres, antes pastoreada pelo teólogo John Gill. O desafio, entretanto, era imenso.
Spurgeon, por volta dos anos 1870
Localizada em uma área metropolitana, Park Street Chapel havia sido uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma platéia de pouco mais de cem pessoas. O sermão inaugural de Spurgeon, naquela enorme igreja, ocorreu em 18 de dezembro de 1853. Havia ali um grupo de fiéis que nunca cessou de orar por um avivamento. No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações. As vezes, parecia que eles rogavam até verem a presença de Jesus ali para abençoá-los. Assim desceu a bênção, a casa começou a se encher de ouvintes e foram salvas dezenas de almas, lembrou Spurgeon alguns anos depois. Nos anos que se seguiram, o templo, antes vazio, não suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas, somada a assistência de todos os cultos da semana. O número de pessoas era tão grande que as ruas próximas à igreja se tomaram intransitáveis. Logo, as instalações do templo ficaram inadequadas, e, por isso, foi construído o grande Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 12 mil ouvintes. Mesmo assim, de três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que tivessem assistido aos cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar no templo para conhecer a Palavra.
O Tabernáculo, nos dias atuais.
Muitas congregações, um seminário e um orfanato foram estabelecidos. Com o passar do tempo, Charles Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países como França, Escócia, Irlanda, País de Gales e Holanda. Spurgeon pregava não só em reuniões ao ar livre, mas também nos maiores edifícios de 8 a 12 vezes por semana.
Segundo uma de suas biografias, o maior auditório em que pregou continha, exatamente, 23.654 pessoas: este imenso público lotou o The Crystal Palace, de Londres, no dia 7 de outubro de 1857, para ouvi-lo pregar por mais de duas horas.
Casou-se em 20 de setembro de 1856 com Susannah Thompson e teve dois filhos, os gêmeos não-idênticos Thomas e Charles. Fazíamos cultos domésticos sempre; quer hospedados em um rancho nas serras, quer em um suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos nEle, relatou, certa vez, Susannah.
Spurgeon pregando por volta de 1858.
A importância de Charles Haddon Spurgeon como pregador só encontra parâmetros em seus trabalhos impressos. Spurgeon escreveu 135 livros durante 27 anos (1865-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula. Seus vários comentários bíblicos ainda são muito lidos.
Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas. Na ocasião em que ele morreu - 11 de fevereiro de 1892 -, seis mil pessoas leram diante de seu caixão o texto de sua conversão, Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.
Alguns dos trabalhos escritos mais conhecidos de Charles Haddon Spurgeon:
  • All of Grace — editado em português sob o título Tudo pela Graça
  • Miracles and Parables of Our Lord — três volumes
  • Spurgeon’s Morning and Evening — livro de leituras devocionais diárias
  • The Sword and The Trowel — revista mensal editada por Spurgeon
  • The Treasury of David — comentário em vários volumes sobre os Salmos
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

MALAFAIA CHEGA Á MIDIA SECULAR COM SUAS MARMELADAS.



Vejam a matéria de Ricardo Feltrin para o UOL:

Pastor fracassa ao tentar lançar TV em 150 países

Ricardo Feltrin
Colunista do UOL


No começo de abril, o pastor Silas Malafaia, então ligado à Assembleia de Deus, lançou em parceria com outro pastor norte-americano, Mike Murdock, um plano para arrecadar R$ 1 bilhão. O dinheiro seria empregado em evangelização em todo o mundo e manutenção de programas de TV em pelo menos 140 países. Malafaia batizou o plano de "Clube de 1 milhão de Almas". Cada fiel que aceitasse colaborar teria de doar R$ 1 mil.

Veja placar das almas:

http://www.vitoriaemcristo.org/_gutenweb/_site/hotsite/clube1M/home.cfm


Por causa do plano, o pastor recebeu severas críticas de setores não só da Assembleia de Deus, mas também de outras linhas evangélicas. Por causa das críticas, o pastor teria se afastado da AB.

Quatro meses depois de lançado o plano, ele resulta em fracasso numérico e financeiro. Até esta terça-feira, 3 de agosto, nem mesmo 5.000 pessoas aderiram ao programa, embora o pastor esteja fazendo propaganda ostensiva em horários que adquire na TV e no rádio.

Se prosseguir na atual toada, o pastor levará 330 anos para completar o milhão de almas. O acordo que ele disse ter fechado para exibir programas em outros países seria válido apenas para este ano.

O "sócio" de Malafaia na empreitada, Murdock, é pregador conhecido como ferrenho defensor da teologia da prosperidade --aquela que, grosso modo, prega que o fiel cristão pode obter ganhos financeiros e materiais única e exclusivamente através de sua fé, e que essa fé deve ser demonstrada com uma espécie de generosidade para com a igreja com que ele, fiel, frequenta.

Ao doar parte do que tem, o fiel teria uma contrapartida divina garantida, já que "Deus é fiel" (em seu acordo com os humanos).

É o mesmo discurso da Igreja Universal e da Renascer em Cristo, que lançam constantemente "desafios" para seus fiéis, que, quase sempre, resultam na doação de dinheiro para esta ou aquela "causa" da igreja. A IURD, no momento atual, está pedindo e recebendo doações para construir uma réplica do templo de Salomão; a Renascer, para reconstruir sua sede.


A mídia secular anda lendo os blogs apologéticos...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

QUEM REALMENTE É MORRIS CERRULLO?




“Você não está vendo Morris Cerrulo. Você está vendo a Deus. Você está vendo a Jesus”

Morris Cerullo


Por Leonardo Gonçalves

Certa vez, durante uma de suas pregações, Cerrulo se dirigiu aos ouvintes da seguinte forma: “Vocês dariam suas carteiras a mim – Diz “Deus” (sic) – e me deixariam ser o Senhor das suas carteiras? (...) Sim? Entao tragam suas carteiras e sejam obedientes à minha voz” (Morris Cerullo, Una palabra de Dios en la Convención Mundial de la Vida más profunda, marzo de 1982, p. 15).

Morris diz ter encontrado Deus aos oito anos de idade, quando foi guiado do orfanato por anjos, para encontrar o Senhor cara a cara no céu. Nesta ocasião, Deus lhe teria revelado que seria profeta e anunciaria o futuro. Foi ordenado ao ministério na Assembléia de Deus (EUA), e ficou conhecido por suas cruzadas de cura e milagres. No entanto, a autenticidade dos milagres produzidos é duvidosa. Sobre estes eventos de cura, o Evangelical Times, publicação de setembro de 1992, dizia o seguinte:

“A jovem Audrey Reynolds foi à cruzada de Morris Cerrulo em Londres. Ela creu que foi curada de uma anomalia no cérebro, deixou de tomar o medicamento e faleceu, vítima de um ataque cerebral. Sir Montague Levine, investigador de mortes violentas de Southwark, disse: ‘Foi uma tragédia ela ter ido a essa reunião e acreditar na cura. Fatalmente, isso a levou à morte”.

Talvez alguém possa dizer que o erro está na moça, por acreditar na cura antes de recebê-la. No entanto, é exatamente este tipo de fé que Morris e os demais pregadores da “Confissão Positiva” ensinam. Eles afirmam que todos os crentes já foram curados através do sacrifício de Cristo na cruz, e tudo que temos que fazer agora é rejeitar a enfermidade e decretar a bênção, mas o resultado nem sempre é encorajador.

Suas declarações são as mais heréticas possíveis. Ele defende, por exemplo, uma doutrina semelhante a dos mórmons, a qual afirma que os homens estão em um processo de evolução cujo ápice é se transformar em Deus. “Deus quer que sejamos como ele, e estamos crescendo em divindade. Deus é a meta da evolução [...] Você não está vendo Morris Cerrulo – Você está vendo a Deus. Você está vendo a Jesus”. (Morris Cerullo, “The End Time Manifestation of the Sons of God”, San Diego: Morris Cerullo World Evangelism, n.d.)

No ano passado, Morris desafiou os telespectadores a enviarem uma oferta de 900 reais para o ministério de Silas Malafaia, sob promessa de uma mega-unção financeira que entraria em vigor no primeiro dia do mês de Janeiro. De “brinde”, o generoso colaborador receberia a Bíblia da Batalha Espiritual e Vitória Financeira, cujos comentários são de sua autoria, e que basicamente ensinam como ficar rico ofertando grandes somas de dinheiro a destacados “pregadores” do evangelho.

De volta este ano, o profeta Cerrullo diminuiu o valor da “semente” (pois é assim que ele se refere às contribuições financeiras) para 610 reais, mas também retirou o “brinde”, com a intenção – segundo ele – de que o ofertante possa fazer a contribuição com uma fé legítima. A promessa desta vez é de que os ofertantes serão abençoados com riquezas e o Brasil entrará em um período de seis anos de grande abundancia.

Informações ainda não confirmadas dizem que Morris esteve recentemente pregando na Assembléia de Deus em Belém – a “igreja mãe”, à convite do pastor Samuel Câmara. Ao contrário do que pensam alguns pastores da Assembléia de Deus que defendem sua candidatura à presidência da CGADB, Samuel não é muito diferente de Silas Malafaia no que diz respeito a crenças heterodoxas e predileção por profetas de prosperidade.

Morris Cerrullo é dono de uma mansão avaliada em mais de 12 milhões de dólares, um gigantesco edifício onde ele mora em companhia da esposa. Seu meio de locomoção é um humilde Gulstream G4, aeronave avaliada em 30 milhões de dólares, e é certo que ele possui pelo menos três outros semelhantes. Mas ao contrário do que ele diz, sua riqueza não é resultado de uma semeadura milagrosa. Na verdade, Cerrulo assumiu os negócios de Jim Bakker, um evangelista televisivo que foi acusado de estupro e sentenciado à prisão em 1988.