Se
“teologia gay” for uma expressão aceitável e coerente com o evangelho,
devemos nos perguntar se logo não teremos “teologia zoofílica” ou
“teologia incestuosa” ou “teologia pedófila” e até “teologia
necrofílica”. Desenvolver uma teologia cristã apoiada em uma prática
sexual condenada pela Bíblia é mais que um paradoxo, é uma blasfêmia,
uma loucura intelectual, um disparate.
A idéia
de um “cristão gay” não passa de um contrassenso. E isso não é fruto de
preconceito, mas de preceito bíblico. Ninguém pode ser cristão e
praticar algo condenado para um cristão. Um cristão não está isento de
cometer algum pecado devido à fraqueza humana, mas justapor esse pecado
como título ao seu título de cristão é pior do que relativizar o pecado.
É mais do que justificá-lo. É querer mudar a natureza do próprio
pecado, chamando o sujo de limpo, o indecente de santo, a imundície em
pureza. É justificar a atitude condenada em Isaías 5.20. Adicionar “gay”
ao título cristão, não cristianiza o homossexualismo. Homossexualiza o
cristianismo. O que equivale dizer que o anula. E por quê?
Porque a
Bíblia condena taxativamente a prática homossexual, apesar de
contestações recentes. Alguns grupos têm afirmado que as Escrituras não
condenam o homossexualismo. Pelo contrário, eles apontam trechos que na
verdade representariam um estímulo e uma apologia de tal prática. Alguns
desses grupos se intitulam cristãos, outros não, mas ambos procuram
reinterpretar a Bíblia de modo a torná-la favorável a eles.
Ao tomar
essa atitude, esses grupos estão na verdade reconhecendo a autoridade
da Bíblia. Se eles estão preocupados com o sentido correto do texto
bíblico é porque de alguma forma admitem sua autoridade. Sendo assim são
obrigados a sujeitar-se ao que ela realmente diz, caso lhes seja
provado. Os homossexuais que rejeitam o valor moral, divino ou
espiritual da Bíblia estão isentos dessa sujeição. A verdade, porém, é
que até mesmo Luiz Mott,
líder do grupo gay da Bahia, escreveu textos onde procurou “ensinar o
verdadeiro sentido” dos textos sagrados, como se sua prática homossexual
o torna-se um mestre de hermenêutica bíblica.
O fato é
que ninguém precisa de grande capacidade intelectual para perceber que
Romanos 1.26, 27. Só vai precisar de grande capacidade intelectual se
quiser se utilizar de sofismas e distorções com a finalidade de negar o
óbvio — Deus condena a prática homossexual.
Malabarismos hermenêuticos
Os homossexuais “cristãos” e simpatizantes geralmente trabalham de duas formas com a Bíblia.
Primeiramente
tentam distorcer, minimizar ou dar um sentido completamente diferente
para aqueles textos que evidentemente condenam a prática homossexual.
Existem diversas passagens, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
Algumas são diretas, enquanto outras condenam apenas por inferência. O
movimento homossexual procura dar-lhes um sentido completamente
diferente de modo que não se oponham a eles. O artigo da Wikipédia
intitulado “A homossexualidade e a Bíblia” mostra claramente a falácia
na qual se apoiam para distorcer os textos bíblicos:
"Dentre os cristãos, o protestantismo tem como um de seus principais princípios a interpretação privada ou juízo privado dos textos bíblicos, fruto da Reforma Protestante, quando Lutero, em outubro de 1520, enviou seu escrito “A Liberdade de um Cristão” ao Papa, acrescentando a frase significativa “Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus”. Isso posteriormente acabou originando o direito fundamental de liberdade religiosa, bem como a própria ideia de democracia, ao consagrar a ideia de horizontalidade dos fieis protestantes, ao contrário da verticalidade do catolicismo, cuja última opinião em matéria de interpretação bíblica pertence ao Papa. No protestantismo, a opinião de cada um dos fiéis em matéria de interpretação bíblica tem o mesmo peso."
Há um
ponto que precisa ficar claro, tanto para homossexuais como para
qualquer outro grupo. A liberdade de interpretação das Escrituras,
defendida por Lutero e pelo Protestantismo não significa pluralidade de
significados. Significa apenas liberdade de consciência. Diferente do
que acontecia no catolicismo, o intérprete é livre para buscar o sentido
verdadeiro ao invés de se sujeitar a um sentido imposto de cima. Não
significa que qualquer entendimento seja verdadeiro. Pelo contrário. A
responsabilidade é do indivíduo de procurar e encontrar o sentido
correto.
A Confissão de Westminster esclarece esse ponto em seu capítulo sobre as Sagradas Escrituras:
1.9. A regra infalível de interpretação das Escrituras é as próprias Escrituras; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto das Escrituras (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente. [O grifo é nosso]
O
Protestantismo apenas aprendeu a respeitar a opinião divergente. De modo
algum relativizou os sentidos. Aplicando tal regra aos textos bíblicos
relacionados ao homossexualismo não há dois sentidos. Ou eles o condenam
ou não o condenam tal prática e isso independe da opinião de cada um.
Quando aplicamos a regra proposta na Confissão de Westminster,
comparando as diversas passagens, vemos que a Bíblia é unânime em
condenar o homossexualismo. Não existe a mínima possibilidade de que não
o faça. Ou o homossexual abandona a prática ou abandona a Bíblia. Elas
são irreconciliáveis.
O
segundo conjunto de textos são aqueles com os quais os homossexuais
tentam justificar suas práticas. Enxergam sexo onde só existe amizade
sincera e profunda. Davi e Jônatas, Noemi e Ruth e mesmo passagens como o
capítulo quatro do livro de Eclesiastes são usadas para se fazer
apologia àquilo que a Bíblia condena como sodomia.
A
verdade é que esses grupos pretendem fazer com que a Bíblia esteja de
acordo com seus pecados. Preferem mudar a Palavra de Deus a mudar a si
próprios. Só não percebem que essa atitude, longe de livrá-los da
condenação divina, acrescenta-lhes ainda a culpa de distorcer a verdade.
Quando analisamos sua abordagem de tais textos, facilmente percebemos
que eles não são sinceros em sua interpretação, que eles estão querendo
apenas justificar o injustificável. Só homossexuais enxergam
homossexualidade onde existe apenas amizade.
Essa é a
grande perversão do homossexualismo. Ele transforma amizades puras e
belas em atos sexuais reprováveis. Iguala homossexualismo à
homoafetividade, em uma distorção semântica diabólica, onde bom e belo
se igualam ao mau e ao abominável.
Está na
hora dos homossexuais, sejam eles “cristãos ou não”, pararem de querer
manipular as Escrituras para se ajustar às suas tendências corrompidas e
começar a obedecê-las. Só então poderão desfrutas das bênçãos de Deus.
Fonte: Julio Severo
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