DEFESA DA FE.


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quebra de maldição?

Quebra de maldição?

Se precisamos quebrar maldições de nossa ascendência para sermos felizes, então o sangue de Jesus não é suficiente para nos outorgar uma nova vida
Quebra de maldição?

A falácia de que o salvo em Cristo precisa quebrar maldições hereditárias, em campanhas, “encontros tremendos” ou mediante contribuições financeiras, está confundindo muitos irmãos. E esse falso ensinamento tem sido propagado por “gente grande”, pregadores famosos, telefigurões com poder de convencimento sobre os incautos, pessoas incapazes de exercer discernimento devido à falta de conhecimento bíblico (Os 4.6; Mt 22.29).

Sabemos que o Evangelho é simples: para ser salvo e abençoado, basta crer em Jesus, confessá-lo como Senhor (Jo 3.16; Rm 10.9-10) e perseverar em segui-lo (Mt 24.13; 1Co 15.1-2), vivendo em santificação (Hb 12.14). No entanto, há enganadores querendo complicar a simplicidade do Evangelho (2 Co 11.3-4). É como se dissessem: “Se podemos complicar, por que simplificar?”

O que é a falsa doutrina da maldição hereditária? É o ensinamento baseado na crença extrabíblica e antibíblica de que, além das doenças decorrentes de uma predisposição genética, males espirituais são transmitidos de avô para neto, de pai para filho, etc. E esses males só poderão ser quebrados mediante um “trabalho” específico de libertação... Ora, somente o Senhor Jesus, por meio de sua graça e verdade, liberta o ser humano. Não são necessárias fórmulas e receitas para alguém se libertar de supostas maldições hereditárias.

Alguém poderá argumentar: “Há passagens bíblicas, como Êxodo 20.5, que não deixam dúvidas quanto à existência da maldição hereditária”. Mas cada passagem da Bíblia deve ser analisada com base no contexto. Você sabe o que é isso? Quem interpreta a Bíblia com seriedade, sabe que há pelo menos sete tipos de contexto: o geral, o imediato, o remoto, o referencial, o histórico, o literário e o cultural. A Bíblia é análoga. Não podemos aplicar um versículo à nossa vida sem antes entender a sua significação à luz do contexto.

Nesse caso, se acreditarmos que Êxodo 20.5 aplica-se a nós, teremos de admitir que fomos tirados do Egito, literalmente, nos dias de Moisés! Constate isso lendo os versículos 1 e 2. Esse mandamento e as punições extensivas às gerações dos seus infratores foram endereçados aos israelitas, e não a nós! Os mandamentos da Bíblia se dirigem a três povos: judeus, gentios e cristãos (1 Co 10.32), e não devemos interpretá-los a bel-prazer. É a Palavra de Deus que deve nos guiar (Sl 119.105).

Os propagadores da maldição hereditária costumam mesclar conceitos e metódos psicoterápicos com a Bíblia. No entanto, embora a psicologia tenha o seu valor como ciência, a chamada “psicoterapia cristã” é um jugo desigual (2 Co 6.14). Quem cura o nosso íntimo, libertando-nos do passado, é o Senhor Jesus (Jo 8.32,36; Lc 4.18). Segue-se que a psicologia é até útil, desde que não queiramos associá-la à obra do Espírito Santo.

Alguns defensores da heresia em análise têm afirmado que o simples fato de alguém ter recebido de seus pais um nome com significado negativo é suficiente para que tenha uma vida de derrota. Se alguém se chamar Maria das Dores, por exemplo, precisa quebrar essa maldição e se apresentar com outro nome! Ora, se precisamos quebrar maldições de antepassados, para que serve o sangue de Jesus, que nos purifica de todo pecado (1 Jo 1.7)? E a nossa santificação diária (Hb 12.14), para nada contribui?

Se os erros que cometemos se devem a fatores hereditários, por que a Bíblia diz: “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3.9)? Que culpa tem um servo de Deus do presente cujo avô foi um mentiroso inveterado? Precisamos lutar é contra a nossa própria natureza (Hb 12.4; Gl 5.17) e permanecermos firmados em Cristo. Afinal, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). E: “se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).

Amém?

AUTOR:Ciro Sanches Zibordi

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