DEFESA DA FE.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sintetizando a Justificação - Calvino


A JUSTIFICAÇÃO PODE SER SINTETIZADA NESTES QUATRO CONCEITOS:

ACEITAÇÃO POR PARTE DE DEUS

IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA DE CRISTO

PERDÃO DOS PECADOS

RECONCILIAÇÃO COM DEUS

E, para que evitemos contenda acerca de uma palavra, se atentarmos para a coisa em si, como nos é descrita, nenhuma dúvida restará. Ora, Paulo designa, incontestavelmente, a justificação com o termo aceitação, quando diz em Efésios [1.5, 6]: “Fomos destinados à adoção por intermédio de Cristo, segundo o beneplácito de Deus, para o louvor de sua gloriosa graça, mercê da qual nos teve por aceitos ou amados.” Pois isso significa o mesmo que costuma dizer em outro lugar [Rm 3.24]: Deus nos justificou graciosamente.

Além disso, no quarto capitulo da Epístola aos Romanos, primeiro a chama imputação da justiça, e não hesita em incluí-la na remissão dos pecados. Diz Paulo: “Davi diz que bem-aventurado é o homem a quem Deus toma por aceito ou imputa justiça sem obras, assim como foi escrito: Bem-aventurados aqueles de quem foram remitidas as iniqüidades” [Rm 4.6, 7; Sl 32.1].

Obviamente, que ele aí não está discutindo acerca de parte da justificação, mas de toda ela. Ademais, aprova a definição dada por Davi, quando declara que bem-aventurados são aqueles a quem se confere gracioso perdão dos pecados. Donde se faz evidente que esta justiça de que está falando simplesmente se contrapõe à culpa.

Mas, em relação a esta matéria, a melhor passagem de todas é aquela onde ele ensina que esta é a suma da embaixada evangélica: que sejamos reconciliados com Deus, porquanto ele nos quer receber em graça, através de Cristo, sem nos imputar os pecados [2Co 5.18-20]. Ponderem os leitores cuidadosamente o contexto em sua inteireza, porque, acrescentando explicativamente pouco depois que “Cristo, que era sem pecado, foi feito pecado por nós” [2Co 5.21], como se estivesse a indicar o meio de reconciliação, indubitavelmente o Apóstolo não entende outra coisa pelo termo reconciliar que justificar. Nem tampouco procederia o que ensina em outra lugar, ou, seja, que “pela obediência de Cristo somos constituídos justos” [Rm 5.19], se não fôssemos nele, e fora de nós, contados por justos diante de Deus.

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