DEFESA DA FE.


domingo, 19 de setembro de 2010

“Por que me preocupar se o abortado não sou eu”? Um clamor pela não-presidência do PT

Era só mais um dia como outro qualquer na capital paulista. Érica, uma jovem de apenas dezessete anos, estava grávida de dois meses. Como muitas garotas na sua idade, ela não sabia quem era o pai da criança, visto que havia se envolvido com muitos parceiros naquela noite. Não, ela não é garota de programa, mas de uma família abastada da classe média paulistana. Havia saído com os amigos para uma balada, onde tudo aconteceu – sexo, drogas, rock n’ roll e mais algumas coisinhas. Somente sua mãe sabia que ela estava grávida, mas não por Érica ter contado, e sim por pura desconfiança – dos constantes enjoos, dos remédios escondidos na gaveta, do semblante sempre misterioso e… pelo instinto materno também, é lógico. Até que Érica abriu o jogo com sua mãe, mas somente com ela, porque se o pai soubesse provavelmente a colocaria para fora de casa. E agora? O que fazer?
Mesmo se soubesse quem era o pai da criança, Érica bem sabia que nenhum dos garotos com quem se relacionou naquela noite estaria disposto a assumir a responsabilidade. “Toma que o filho é teu” – ia parecer piada! A alternativa? Bem. Logo ali perto de sua casa funcionava uma clínica clandestina especializada em resolver “questões familiares” dessa natureza. A ideia partiu de uma colega de Érica, que rapidamente convenceu ela e sua mãe de que aquela era a alternativa mais viável naquele momento tão delicado. “Esgotados” todos os recursos, resolveram ir lá – sem muito constrangimento moral, pois, afinal de contas, mais um pouquinho de tempo e a barriguinha ia começar a despontar, e aí o “constrangimento” ia ser de verdade: pela expulsão de casa, pelo desamparo, pelo falatório popular, etc. Enfim, o procedimento médico (médico?) não demorou muito. Por sucção o feto foi extraído e logo em seguida jogado no lixo. E Érica foi embora com um “enorme” peso tirado das costas – e da barriga.
Apesar de o relato acima ser fictício, qualquer semelhança com a realidade não terá sido mera coincidência. E não terá sido mesmo: acontece todos os dias nas capitais paulista, mineira, fluminense, pernambucana, baiana, catarinense, amazonense, etc. A estória foi contada bem a grosso modo; um pouco exagerada e caricaturizada, é verdade, mas o que é a vida para os abortistas? Mais especificamente, o que é a vida para os petistas que idealizaram o Projeto Nacional de Desenvolvimento Humano 3 (PNDH-3), que aprova, dentre outras aberrações, a discriminalização do aborto, sob a alegação da “autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos” (Diretriz 9; Objetivo Estratégico III, letra g)? “Autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”… E quem decide sobre a vida, quem é? Verifica-se que para esse pessoal (inclusive para a nossa Érica, se a carapuça assim servir) o feto é somente um “corpo estranho” (literalmente) que a mulher pode retirar da sua barriga a hora que quiser, assim como se tira um espinho ou um caco de vidro do pé.
O mais irônico de tudo é que nosso Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dito “defensor” dos direitos humanos e dos ideiais de igualdade, liberdade e fraternidade, no texto de apresentação ao PNDH-3, diz que
Todos esses avanços são robustos e animadores, mas não podem esconder os problemas ainda presentes. […] Refiro-me à violência que ainda mostra índices alarmantes nas grandes cidades; à prostituição infantil; grupos de extermínio; persistência do trabalho escravo e do trabalho infantil [p. 13].
De fato, descriminalizar o aborto deve ser mesmo “robusto e animador” para alguém que não sabe o real significado das palavras vida, direitos humanos e liberdade, conceitos que ele tanto diz cultuar. Será que ele enxergaria os idealizadores desse projeto maligno, bem como as inúmeras clínicas abortistas (que deixarão de ser clandestinas, se Dilma for eleita!) como esse tal “grupo de extermínio” que ele condenou acima? É óbvio que não! Por que? Porque ele mesmo diz que
Não haverá paz no Brasil e no mundo enquanto persistirem injustiças, exclusões, preconceitos e opressão de qualquer tipo. A equidade e o respeito à diversidade são elementos basilares para que se alcance uma convivência social solidária e para que os Direitos Humanos não sejam letra morta da lei. Este PNDH-3 será um roteiro consistente e seguro para seguir consolidando a marcha histórica que resgata nosso País de seu passado escravista, subalterno, elitista e excludente, no rumo da construção de uma sociedade crescentemente assentada nos grandes ideais humanos da liberdade, da igualdade e da fraternidade [p. 13].
Um testemunho: eu tinha dito para mim mesmo que política não era, definitivamente, a minha “praia”, mas essas coisas instigaram meu interesse. Eu até nem mesmo sabia exatamente porque o PT era maligno (a não ser pelo fato de eu detestar a esquerda comunista histórica), mas agora me convenço de que a ideologia que o estrutura é mesmo anticristã (em primeira instância) e desumana (em última). Infelizmente, o povo parece não perceber isso. Como diria Paulo, o “deus deste século” tem cegado seus entendimentos (2 Co 4.4). Quando se promete internet grátis, mais escolas e mais hospitais, as pessoas parecem não enxergar mais a necessidade de Cristo, Aquele que redime o homem desse cativeiro moral, espiritual e, por que não, ideológico. E o pior de tudo é que a cegueira é tão grande que até mesmo projetos explicitamente desumanos como esses são recebidos com entusiasmo e expectativa, inclusive por alguns cristãos que já se decidiram pelo PT, a quem lhes dou os meus sinceros pêsames escatológicos, se não se arrependerem de seus maus caminhos.
Não estou escrevendo para convencer os cristãos que estão prestes a votar no PT para a presidência da República a não fazê-lo (uma vez que nem mesmo a Bíblia eles ouvem!), mas para que pelo menos reflitam sobre os desdobramentos que hão de resultar disso. E esse meu clamor se estende até mesmo àqueles que não se julgam como cristãos, mas que pelo menos ainda prezam por valores como vida, família, igualdade e liberdade. Será que em algum lugar desse mundo alguém já se colocou no lugar do abortado? Melhor: alguém gostaria de ser alijado precocemente da placenta de sua mãe somente para não ser um estorvo (ainda mais agora, que a cadeirinha é obrigatória no banco traseiro), um estraga-prazeres, um aperta-orçamento? Mas parece que muitos não dão a mínima para isso. E é exatamente por isso que as “éricas” espalhadas por aí seguem jogando vidas interompidas na lata do lixo, aos cuidados do primeiro gato que aparecer. Afinal de contas, por que me preocupar se o abortado não sou eu?
Que Deus tenha misericórdia de nós!
Soli Deo Gloria!
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A Bíblia pode ser lida aqui: http://www.bibliaonline.com.br/

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